Logo após o termino do período de licença maternidade, a maioria das mães precisa voltar a trabalhar. As creches e escolas maternais são a única opção para quem não tem com quem deixar seus pequeninos . Não são raros os casos de crianças que adoecem assim que começam a frequentar esses ambientes.
Até os cinco anos de idade a criança está na fase chamada de imaturidade imunológica e o contato com outras crianças, muitas vezes doentes, acaba aumentando o risco de adoecer também.
“Nessa fase, o contato com outras crianças favorece o risco de Infecção das Vias Aéreas Superiores (IVAS), especialmente nos seis primeiros meses de exposição ao novo ambiente”, explica a médica pediatra, Gabriela Frade Frederico (CRM 28796), que é Membro da Sociedade Brasileira de Pediatria.
Segundo ela, crianças alérgicas tem dez vezes mais chances de desenvolver IVAS quando passam a frequentar escolinhas ou creches. “A produção de muco aumenta e essa secreção nas vias aéreas serve de meio de cultura para agentes infecciosos”, diz.
As patologias mais frequentes costumam ser: rinossinusite, rinofaringite, otite média aguda, faringoamigdalites, tonsilites e laringites.
“Devemos lembrar que, em média, 70% das IVAS em crianças de creche são virais. Crianças portadoras de doenças crônicas como anemia, fibrose cística, desnutrição, imunodeficiências, entre outras, são mais suscetíveis a adoecer”, reitera a médica.
A idade de início na creche também é fator importante para o desenvolvimento das otites. “Quanto mais cedo a criança começa a frequentar a escolinha ou creche, maior a chance de episódios recorrentes”, ressalta.
Fatores de risco
Os fatores de risco ambientais, como a poluição, convivência com tabagistas, ar condicionado e condições da moradia também devem ser levados em consideração.
“Quando a creche for uma necessidade, situação comum atualmente, recomendo que a família avalie o local onde a criança ficará. As condições de higiene e o número de crianças por sala devem ser observadas. Em hipótese alguma as cuidadoras podem ser tabagistas”, observa a especialista.
Cuidados
Manter a vacinação em dia é essencial. “As vacinas contra influenza e pneumocócica conjugada são altamente recomendadas para as crianças que frequentam ambientes coletivos”, recomenda a doutora Gabriela Frederico.
De acordo com a pediatra, os pais devem fazer higiene nasal da criança frequentemente e orientar as cuidadoras para também realizarem o procedimento.
“É aconselhável incentivar as crianças que já conseguem assoar o nariz a fazer isso várias vezes por dia. O muco nasal em excesso facilita a proliferação bacteriana. A higiene nasal adequada previne infecções respiratórias e ajuda no tratamento de resfriados, gripes, rinites alérgicas, fazendo com que o período de duração das crises seja menor e que haja menos complicações”.
Recomendações
- Antes de matricular a criança na creche ou escola, é imprescindível passar por uma avaliação com o pediatra para diagnosticar e prevenir possíveis fatores de risco.
- A vacinação deve estar em ia, principalmente influenza (contra a gripe) e pneumocócica (contra pneumonia).
- A idade ideal para ingressar na creche seria aos quatro anos de idade, mas diante da necessidade da maioria das mães em trabalhar fora e por não terem com quem deixar os pequenos, podemos considerar dois anos.
- Higiene nasal diária com solução fisiológica.
- Os pais devem conhecer o ambiente onde a criança ficará, assim como seus cuidadores.
- Retirar possíveis fatores de risco para alergias do ambiente em que a criança costuma ficar.
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