Blog

Cólica Renal: Automedicação e fórmulas caseiras que podem causar danos irreversíveis aos rins

Cólica Renal: Automedicação e fórmulas caseiras que podem causar danos irreversíveis aos rins

A cólica renal figura em primeiro lugar entre as piores dores no humano.  Uma das emergências urológicas mais frequentes é descrita pelos pacientes como uma dor aguda, intensa e atroz.

Requer atendimento imediato para aliviar os sintomas e diagnostico preciso para tratar a causa. “Automedicação e fórmulas caseiras podem comprometer a função renal e causar problemas irreversíveis”, afirma o  Urologista Fernando Frederico (CRM 27877), que é Membro Efetivo da Sociedade Brasileira de Urologia.

A dor lombar é principal sintoma da cólica renal. A dor oscilante (que vai e vem) irradia dos rins para o abdômen e para baixo, em direção ao testículo nos homens e dos grandes lábios nas mulheres.

O paciente ainda pode apresentar sintomas como: febre, vômitos e, dependendo da obstrução, sintomas urinários, como micções frequentes e ardência na hora de urinar. Presença de sangue na urina também é comum nesses quadros.

De acordo com o especialista, a cólica renal é, geralmente, provocada por pedras (cálculos renais) ou infecções nos rins.

Cálculo renal:

As pedras nos rins, ou cálculos renais, configuram uma massa sólida formada por cristais que podem ser encontrados nos rins e também em outros órgãos do trato urinário.

Surgem quando a urina apresenta quantidades maiores que o normal de determinadas substâncias, como cálcio, oxalato e ácido úrico. Estão classificadas em quatro tipos:

Cálculos de cálcio: Os mais comuns e ocorrem com mais frequência em homens. Doenças do intestino delgado, dietas ricas em vitamina D e distúrbios metabólicos aumentam o risco de formação.

Cálculos de cistina: Estes podem aparecer em pessoas que têm cistinúria, uma doença renal hereditária.

 Cálculos de estruvita: Encontrados principalmente em mulheres com infecção do trato urinário. Essas pedras podem crescer muito e bloquear o rim, o ureter ou a bexiga.

Cálculos de ácido úrico: Acontecem com pessoas que perdem muito líquido, que não é recuperado com hidratação. Podem ocorrer juntamente com dietas ricas em proteína, em pacientes com gota submetidos a quimioterapia ou com predisposição genética.

“Outros tipos de pedras também podem ser formadas, mas são muito raras. O ideal é consultar um especialista assim que aparecerem os primeiros sintomas”, recomenda o médico.

Infecção renal:

A pielonefrite, ou infecção renal é um tipo de infecção urinária causada por bactérias, vírus ou fungos que se alojam no sistema urinário.

“A maioria dos casos de infecção renal que chega ao nosso consultório é oriundo de uma infecção na bexiga que dura muito tempo. Os micro-organismos migram para os rins e provocam a inflamação”, explica o doutor Fernando Frederico.

A infecção renal é classificada em dois tipos:

Infecção renal aguda: Quando os sinais e sintomas da doença surgem de maneira repentina e muito intensa.

Infecção renal crônica: O quadro se desenvolve ao longo do tempo, sem apresentar sinais e sintomas. “Trata-se da variação mais grave da doença pois, se não houver tratamento, os rins podem ser comprometidos, podendo a doença evoluir até para uma insuficiência renal”, alerta.

Diagnóstico :

“Ao sentir dor lombar, acompanhada ou não de ardência ao urinar, sangue ou variações na cor e no volume na urina, o ideal é consultar um especialista imediatamente. Além do alívio dos sintomas, o objetivo é proteger os rins”, reitera o médico.

Segundo ele, o diagnóstico preciso requer exames de imagem, como a ultrassonografia dos rins e exames de laboratório, como o teste de urina tipo 1, que mede o número de leucócitos (células de defesa) na urina e a urocultura, identifica o tipo de bactérias presentes na urina.

Tratamento:

O tratamento inicial visa o alivio imediato da dor, através de analgésicos, anti-espasmódicos, anti-inflamatórios e antibióticos, administrados via oral, intramuscular ou endovenosa, dependendo do caso e da sua gravidade.

A maioria dos cálculos renais são eliminados naturalmente nas primeiras quatro semanas após o início dos sintomas. “Após esse período, se o cálculo não foi eliminado, dificilmente isso ocorrerá espontaneamente e uma intervenção passa a ser necessária. É fundamental proteger a função renal do paciente”, reitera.

Em casos de dor persistente onde a desobstrução urinária não ocorre, os cálculos precisam ser removidos.  Entre as formas mais tradicionais, está a remoção através de cateter, eliminação por ondas de choque eletrohidráulicas (Litotripsia extracorpórea) ou intervenção cirúrgica, nos casos mais graves.

Segundo o urologista, beber muita água, chás, suco de frutas cítricas (laranja, limão, abacaxi, acerola, entre outras) e evitar o consumo exagerado de sal, da proteína da carne e de bebidas alcoólicas ajudam a proteger os rins.

“Não acredite em fórmulas caseiras e não se automedique. A demora no diagnóstico e para iniciar o tratamento correto pode acarretar em sérias consequências para o aparelho urinário e comprometer a função renal. Consulte sempre um especialista”, recomenda.